As livrarias que fecham suas portas

Ontem, 29 de outubro, foi o Dia Nacional do Livro, uma data cujo intuito era o de comemorar. E foi, de certa maneira. Nas redes sociais foi um dos assuntos mais comentados, as pessoas indicaram seus livros favoritos, compartilharam trechos e refletiram. Em alguns lugares do país, algumas empresas e organizações chegaram até a distribuírem exemplares, uma ação formidável.

Porém, como nem tudo são flores, uma notícia não muito boa repercutiu durante o dia. A soma dessa notícia com algumas outras de dias atrás criou um amargor estranho. Se você esteve atento ao título e esteve por dentro dos assuntos de ontem, já deve saber sobre o que se trata: a Saraiva decidiu fechar 20 lojas.

São 20 lojas espalhadas por todo o país, falando-se de Saraiva. Junta-se também as unidades fechadas pela Livraria Cultura, como aconteceu nas últimas semanas com a que ficava localizada no centro do Rio de Janeiro e, também sob comando da Cultura, as livrarias da Fnac, rede francesa de livros e produtos eletrônicos.

E o motivo disso tudo? Problemas econômicos.


Segundo informações, essas empresas apresentam prejuízo nas receitas líquidas, que decaem mês por mês, o que resulta em dívidas. Em parte, esse declínio se deve em relação ao crescimento da compra digital e dos e-books, algo que a própria Saraiva pretende reforçar. Esse crescimento se deve, dentre alguns outros pontos, ao preço visivelmente menor que normalmente é encontrado nas lojas da internet.

Mas, atribuir todos esses fechamentos à crise é, no mínimo, ingenuidade. Isso porque, olhando as últimas pesquisas, cerca de 44% dos brasileiros não leem e 30% nunca sequer comprou um livro. Aliás, o número médio de livros lidos por ano fica um pouco acima do incrível número 2. Notem a ironia.

Esse foi, de fato, o maior motivo apontado pela grande maioria das pessoas. De fato, não é correto atribuir o fechamento de tantas lojas somente ao custo do livro em si. O problema não está somente na crise econômica, mas também na crise cultural. 

Mesmo que o número de leitores tenha aumentado nos últimos anos, o Brasil ainda está longe de chegar em um patamar ideal de leitura. No fim, quem perde são os brasileiros. E perdem muito.

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