3% - 1x1: Cubos | Review

3%. Apenas 3% tem direito ao Maralto. Essa é a trama da primeira série brasileira da Netflix. O primeiro episódio, intitulado Cubos, estreou no dia 25 de novembro de 2016 (assim como o restante da série) e foi dirigido por César Charlone, com roteiro de Pedro AguileraCom 49 minutos, Cubos age como qualquer outro episódio piloto de séries: introduz personagens, cria mistérios em torno deles e começa a construir a história.

Em um futuro distópico, todos os jovens de 20 anos têm direito a participarem do Processo que seleciona apenas 3% para irem viver no Maralto, ou o lado de lá, lugar quase comparado ao Paraíso. Logo no começo do episódio já se percebe o motivo de todos quererem ter essa vida: o lado de cá, localizado na Amazônia Subequatorial, é extremamente pobre. Muita gente, poucos recursos: como diz a personagem Michele.

Com cenas rápidas, temos uma visão de todos os principais personagens já indo para o local onde ocorre o processo, onde eles ganham novas roupas e, somente nisso, já tem como ter uma ideia da personalidade de alguns deles. Antes das provas iniciarem, acontece o discurso de Ezequiel, chefe do Processo que, desta vez, é observado por Aline, enviada do Maralto.

A primeira prova é uma entrevista, que não só busca conhecer mais os participantes, mas também evidenciar seus medos e suas personalidades, testando-os ao máximo. Logo aí já se tem muitos eliminados e já é possível se ter uma ideia de quem vai longe nas provas. Ao final dessa primeira, um dos eliminados se suicida. Algo que foi jogado de maneira um tanto aleatório, com intenção de impactar.

Antes de irem para a próxima prova, todos os participantes precisam ter seus registros conferidos mais uma vez, e é na fila para isso que Joana percebe que Rafael, que está logo a sua frente, tem seu registro falsificado. O sistema apresenta dificuldade de validá-lo, mas, por fim, ele passa.

Prova dos Cubos
Cubos: é sobre isso que se trata a segunda prova. Cada pessoa precisa montar, dentro de 3 minutos, nove cubos, utilizando as peças que estão dispostas em cima da mesa. Rafael, o mesmo do registro falsificado, monta apenas oito e, antes que acabe o tempo, rouba o nono cubo de outro participante, ainda assim Ezequiel permite que ele passe. Joana monta onze cubos, surpreendendo  o supervisor. Fernando, personagem cadeirante, monta nove e ajuda Michele, pegando os oito cubos que ela montou e utilizando-os para montar o nono. Os dois também passam.

Depois dessa prova eles ganham tempo para se alimentar e todos vão para o refeitório. Quando Rafael chega lá, apanha por ter roubado. Antes disso, ele discursa sobre moralidade e corrupção (não a que envolve dinheiro, necessariamente) e é algo que funciona como um tapa na cara para muitos e, para ele, literalmente.

Antes de continuarmos, vamos ressaltar algo ainda não falado aqui: a Causa. O antagonismo ao Maralto fica por conta da Causa, uma organização revolucionária que promove boicote ao Processo, cujo organizadores acreditam haver infiltrados. 

Enquanto todos estão lá comendo suas frutas e falando das provas, Michele e sua amiga Bruna são chamadas e levadas até um interrogatório. O motivo? Uma informação do infiltrado diz que o mesmo é do mesmo bloco delas, e, do bloco, somente elas ainda estão no Processo. A interrogadora dá um tempo para uma das duas admitirem ser da Causa, senão as duas morrem.

Michele
Num momento em que a interrogadora sai, Michele convence Bruna a atacá-la e a mesma o faz, levando um tiro e ficando como a infiltrada. Já no final do capítulo, é revelado que, na verdade, Michele é a infiltrada. Quando ela é deixada sozinha, ela chora pela morte da amiga.

No geral, as atuações dos atores e atrizes não estão ruins, mas também não está digno de elogios. Zezé Motta como convidada especial brilha em seus poucos momentos. Resta esperar o aprofundamento na história de cada personagem e a evolução dos mesmos conforme as provas passem. Esperamos ainda saber um pouco mais sobre Aline, a supervisora de Ezequiel, entender o motivo para ela estar lá.

Por fim, o primeiro episódio de 3% agrada e levanta já bastante questões interessantes e que promovem reflexão, com personagens bastante diversos no que diz respeito às etnias, representando de fato o Brasil, e também em inclusão, com um personagem principal em cadeira de rodas. Apesar de não apresentar um roteiro muito complexo em seus diálogos, nada disso atrapalha.

Um ponto positivo: a trilha sonora é ótima.

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