Sessão Pipoca: Lizzie | Crítica



                                                                                               

Adaptações sobre casos de assassinatos famosos são bem comuns no cinema e na TV, é o que acontece com a história de Lizzie Borden, que não ganhou somente uma adaptação, e sim várias.

Lizzie é a figura principal de um caso de duplo assassinato que aconteceu no dia 4 de agosto de 1892 e que ganhou repercussão nacional. Ela foi acusada de matar o pai e a madrasta a machadadas e, mesmo que tenha sido absolvida, acabou ficando como principal suspeita, já que a identidade do assassino nunca foi descoberta.

Em Lizzie, filme do diretor Craig Macneill que chegou ao Brasil somente esse ano, o caso é novamente apresentado através do roteiro de Bryce Kass, que não se prende somente em ilustrar uma das teorias por trás do assassinato, mas também em fazer uma construção da sociedade da época, totalmente machista e patriarcal, buscando apresentar os motivos para que tudo tenha acontecido.

E é justamente o roteiro que se torna um dos pontos altos do filme. Mesmo que não seja totalmente perfeito, é possível perceber que existe uma preocupação em inserir na história todas as teorias e causos que envolvem Lizzie Borden e sua vida, não se prendendo somente a isso e também trazendo novos aspectos que contribuem para criar o clima da trama.



Nos papéis principais, temos Chloë Sevigny (Lizzie Borden) e Kristen Stewart  (como a empregada Bridget Sullivan). Ambas desempenham muito bem suas personagens e conseguem apresentar boas interações em cena. O destaque, talvez, fique para Kristen, que consegue transmitir as angústias de Bridget com perfeição. O elenco ainda conta com alguns nomes conhecidos, como Fiona Shaw, de Harry Potter, e Denis O'Hare, de American Horror Story.

Se por um lado as protagonistas possuem um ótimo desenvolvimento, por outros os coadjuvantes ficam no limbo, ganhando pouco tempo de cena, como no caso da irmã de Lizzie, ou pouco espaço para fala, como é o caso da madrasta.


A direção de Craig, que dirigiu um episódio de O Mundo Sombrio de Sabrina, não apresenta muitos detalhes impressionantes: a imagem é limpa e chega a combinar com a época em que se passa, com ajuda, é claro, dos figurinos, que são impecáveis. A trilha sonora surge como forma de criar tensão em determinados momentos e não vai muito além disso.

O final, após vermos toda a relação de Lizzie com seu pai e como isso a afeta negativamente, acaba se tornando previsível, e talvez a ideia fosse essa mesmo. Com uma execução um tanto fraca, é difícil que o filme se prenda na cabeça das pessoas e, apesar de trazer temas atuais em sua composição, não tem força o suficiente para se tornar memorável.



Comentários

  1. Oi..Assisti uma série sobre a Lizzie, onde mostra um lado bem sombrio e doce dela.. Acho bacana um filme sobre a história dela, uma visão diferente.. Pena que os personagens segundarios ficam em segundo plano, eles são importantes na história dela

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